sexta-feira, 23 de outubro de 2009

I Fórum Brasileiro de Pós-Graduação em Ciência Política

O Fórum em questão ocorreu entre os dias 21 e 23 de outubro de 2009 no campus da UFMG.
Importantíssimo salientar que esta foi uma iniciativa de estudantes de diversos cursos de Pós espalhados entre diferentes estados brasileiros e, portanto, organizado quase que exclusivamente pelos mesmos. O quorum foi bem alto, lógico que não podendo ser comparado aos encontros da ABCP em que participam muitos professores bem como alunos da graduação, muito menos com a ANPOCS, que abrange toda a área das Ciências Sociais.
O Fórum teve como tema "A Ciência Política e seus desafios metodológicos" , aliás bem oportuno para mim e acredito que para todos envolvidos com o desenvolvimento de suas dissertações/teses e mesmo para os professores preocupados com o aprimoramento da nossa disciplina.
Participei das discussões de 3 dos 6 GTs do Fórum. Minha intenção foi justamente não privilegiar minha área de atuação (Partidos, Sistemas Eleitorais e Instituições) e ter uma visão global do que vem sendo discutido na CP contemporânea do Brasil.
A mesa redonda da abertura cujo tema foi idêntico ao do proposto pelo Fórum constituiu-se no ponto alto do encontro. Estiveram presentes os professores Gláucio Soares, Jairo Nicolau, Fábio Wanderlei Reis e Lúcio Rennó - nomes consagrados da CP no Brasil. Os temas que permearam as apresentações, alguns mais outros menos explorados por todos foram: a tendência ao americanismo na institucionalização da CP como disciplina no Brasil; o debate "qualitativismo versus quantitativismo" faz sentido?
Sem entrar no mérito das discussões, a simples predisposição em se debater tais questões vislumbra uma perspectiva de avanço da área.
Outra questão metodológica debatida nos GTs que foi ao encontro de minhas inquietações concerne à dificuldade de se encontrar metodologia adequada para conceituar certas categorias, em especial ''esquerda'' e ''direita''.
Mais alguns dos inúmeros pontos tratados que me interessaram de maneira especial: voto facultativo x voto compulsório e suas implicações para a alienação eleitoral; passividade ou não do Legislativo em relação à burocracia estatatal (leia-se agências reguladoras). O modelo de Argelina Figueiredo e Fernando Limongi sobre disciplina partidária no Brasil está longe de encontrar consenso e como sempre ocorre em todos os debates, conferências e congressos, há tanto favoráveis quanto contrários.
Enfim, foi uma excelente oportunidade de estar em contato com outros estudantes e professores, para a troca de experiências e de visões.
Fiquei frustrada pela ausência do prof. Adam Przeworski, não o motivo principal da minha presença, mas certamente um atrativo a mais, já que uma presença internacional.
Concluindo, minha vinda a este Fórum foi extremamente enriquecedora do ponto de vista não apenas profissional mas pessoal, pois pude observar que muito mais gente compartilha dos mesmos desafios que tangem o estudo da ciência política no Brasil.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Nath!!

Muito legal a iniciativa deste Fórum, precisamos repensar muita coisa no ensino da Ciência Política e a iniciativa dos próprios alunos já é um belissimo começo. Alguma discussão sobre Relações Internacionais?? O distanciamento da RI com a CP me preocupa um pouco...Já que sua área é Sistemas Partidários e Partidos Políticos, o que vc achou da declaração de Paulo Skaf, presidente da FIESP ao se filiar no PSB para concorrer ao governo de São Paulo, dizendo que o "S" de Socialismo no PSB é apenas uma letrinha??? Seria a prova final do fisiologismo e pragmatismo dos Partidos Políticos??

bjs

Gustavo Granado